A Igreja Matriz de Olaia

Quando teria sido construída a Igreja de Nª Srª do Ó ou da Expectação da Olaia?

Nem no interior, nem no exterior do templo existem qualquer datas que nos possam dar uma pista. Sabe-se que é a matriz da freguesia e que servia religiosamente todos os lugares, ainda sem capela.

Os mais antigos documentos que nos testemunham a existência de um templo naquele local são, sem dúvida, as pedras tumulares que foram encontradas em 1873, quando se escavou para ali abrir o actual cemitério.

Essas estelas funerárias, remontam aos séculos XIII e XIV.

É evidente que, se se acharam naquele local pedras tumulares provenientes dos séculos XIII e XIV, haveria ali sem dúvida um templo nessa era.

Aliás, através da reconstrução da igreja deduz-se a existência de construções muito antigas e o seu piso era integralmente preenchido por sepulturas. Pensa-se que a capela-mor teria sido a primeira edificação a até se alvitra que ali tivesse existido uma mesquita, posteriormente reconvertida em igreja cristã.

Estas suposições baseiam-se na história, pois toda esta zona, que esteve mais de quatro séculos na posse dos mouros, foi definitivamente conquistada no reinado de D. Afonso Henriques.

Gualdim Pais (o célebre mestre da Ordem dos Templários que tinha sede em Tomar), com os seus cavaleiros, colaborou notavelmente na defesa dessas terras contra a investida dos muçulmanos.

A Ordem dos Hospitalários, que teve castelo em Belver e sede no Crato e a Ordem de Calatrava ou Avis cuja sede se situava em Avis (Alto Alentejo), foram também elementos verdadeiramente actuantes nas lutas da reconquista e na defesa do território recém-conquistado pelos Portugueses.

É evidente que estas ordens religioso-militares tiveram bastante influência no povoamento e desenvolvimento das zonas do Ribatejo, Beira-Baixa e Alto-Alentejo.
Estes factos levam-nos a pensar nas cruzes simbólicas gravadas nas cabeceiras tumulares da Olaia.
Identificariam a sepultura de algum membro das ordens, talvez irmão leigo? Ou teriam sido esculpidas num acto de ligação aos senhores, tipo vassalagem? Ou apenas por gesto pessoal, devoção?